quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

COMPOSTAGEM TESTADA PELO CARREFOUR

Carrefour testa compostagem

NotíciacompostagemNos últimos 90 dias, lojas do Carrefour, na região de Campinas e Sorocaba, no interior paulista, têm enviado seus resíduos orgânicos para uma usina de compostagem, visando reduzir custos e impactos ambientais

"Não foi fácil montar este projeto, pois encontramos muitas resistências, inclusive da empresas de aterro para onde enviávamos os resíduos", lembrou o coordenador de custos da rede, Cyro de Oliveira.

Cada uma das nove lojas produzem cerca de 60 toneladas por mês. Cerca de 45% deste material é composto de restos de frutas, verduras e outros alimentos que podem ser usados para compostagem.

"Comecei a procurar uma solução, pois percebi que haveria uma possibilidade de reduzir custos", explicou Oliveira. "Também foi difícil encontrar uma usina que tratasse o resíduo organicamente".

Com a adoção de práticas para reduzir os impactos ambientais da rede, a proposta do coordenador foi mais facilmente aceita, explicou.

Apesar do projeto ainda estar em fase de testes, deve fechar o ciclo de vida dos materiais, possibilitando a devolução do material orgânico ao solo pela venda do material final à produtores agrícolas, empresas de jardinagem e para o público em geral.

"Não adicionamos nenhum químico para fazer a decomposição do material," explicou Nirma Suzin, engenheira de produção da AgroDKV que recebe o material. "Adaptamos máquinas para revirar o material e acelerar a decomposição para cerca de 90 dias."

Segundo Suzin, na natureza, o processo levaria o dobro. Ela explicou que para montar a indústria, a AgroDKV teve que pesquisar e adaptar máquinas, pois no Brasil não existe um mercado desenvolvido de compostagem.

A empresa hoje pode processar 400 toneladas por dia de material orgânico. Apesar de já receber o material pré-triado da loja, a AgroDKV faz uma triagem mais profunda, para remover plásticos e embalagens que restam. Cerca de 30% do que recebem é composto deste materiais, que são descartados.

Com o contrato do Carrefour, a empresa agora não só prevê uma ganho de escala, mas também uma possibilidade para aumentar as vendas, pois o projeto deve, no futuro também incluir a venda de sacos pequenos nas lojas da rede.

"É uma possibilidade de ganho bem grande por que eles já conhecem todo o nosso processo," explicou Antônio Carlos Cardoso do departamento comercial da AgroDKV.

Cardoso informa que o saco de 20kg do seu produto varia de R$4 a R$6.

Na outra ponta, o Carrefour paga cerca de R$30 a tonelada à AgroDKV para dispor do material. Enquanto a rede varejista ganha com gasto quase 60% menor que o custo de depositar no aterro, a AgroDKV ganha nas duas pontas: no recebimento e na venda do produto.

A AgroDKV é uma das poucas empresas de compostagem de matéria orgânica no estado de São Paulo.

Hoje, com a escala que tem, a empresa confecciona o produto, variando o tempo e o remeximento do material, de acordo com a a necessidade do cliente.

No Carrefour de Piracicaba, a direção já está testando o produto da AgroDKV em uma horta pequena de menos de 1 metro quadrado, mas já há a idéia de expandir a experiência.

"A loja tem espaço para uma horta maior, quem sabe que os funcionários possam cuidar e levar para casa," sugeriu Oliveira.

Setor Reciclagem
fonte: www.revistasustentabilidade.com.br Escrito por Alexandre Spatuzza

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